O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta segunda-feira (1º), que está preparado para colocar o país “em armas” caso sofra uma intervenção estrangeira. A fala ocorreu em entrevista coletiva com a imprensa internacional, em meio ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe.
Segundo Maduro, a Venezuela dispõe de uma estratégia de defesa elaborada ao longo de 20 anos, que combina ações diplomáticas e militares. “Se a Venezuela fosse atacada, entraríamos imediatamente em um período de luta armada em defesa do território nacional, da nossa história e do nosso povo, e declararíamos constitucionalmente a república em armas”, afirmou.
O líder venezuelano acusa os Estados Unidos de deslocarem oito navios de guerra equipados com mísseis e um submarino nuclear para a região, o que classificou como uma ameaça “injustificável e criminosa”. Washington, por outro lado, sustenta que a operação tem como objetivo reforçar o combate ao tráfico de drogas.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, também se manifestou durante uma reunião de emergência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Ele chamou de “história falsa” a justificativa americana de enfrentar cartéis e negou a existência do chamado Cartel de los Soles, apontado pelos EUA como vinculado ao alto comando venezuelano.
Maduro ainda comparou a atual tensão com a Crise dos Mísseis de 1962, quando a tentativa da União Soviética de instalar armamentos nucleares em Cuba quase levou a um confronto direto com os Estados Unidos.
Nos últimos meses, Washington intensificou a pressão contra o governo venezuelano. No início de agosto, a Casa Branca anunciou que está pronta para usar “todo o poder americano” contra o narcotráfico na região. Poucos dias depois, dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de chefiar operações ligadas ao tráfico internacional de drogas.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ